Histórico: origem e estruturação do Laboratório de Geoprocessamento e de Estudos Ambientais

A inserção na área de Geoprocessamento do Departamento e consequentemente do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Geografia da Universidade Federal do Paraná, ocorreu, em quatro momentos: o primeiro, em meados de 1987, quando o professor Jorge Xavier da Silva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, cedeu aos Professores Sony Cortese Caneparo e Everton Passos uma cópia de um software de Geoprocessamento intitulado, Sistema de Análise Geo-Ambiental (SAGA). A partir daí começaram a ser desenvolvidos estudos e treinamentos envolvendo o Geoprocessamento aplicado a Análise Ambiental, em um pequeno laboratório (com apenas dois computadores) ainda sem nome e formalização no Departamento.

O segundo momento, envolveu estudos para a inserção no currículo do curso de Geografia, das disciplinas de fotogrametria, sensoriamento remoto, cartografia temática e sistemas de informações geográficas. Em 1989, por intermédio da Portaria Interna n. 15/89, foram designados os professores Arnaldo Eugenio Ricobom, Everton Passos e Sony Cortese Caneparo para comporem a Comissão para Definição de Áreas e Necessidades do Departamento de Geografia. Neste período, foi criado o Laboratório Experimental Didático de Informática Aplicada ao Ensino e Pesquisa (1989), passando a ser denominado, logo em seguida, de Laboratório de Ensino e Pesquisa em Geografia. Em 1993, este laboratório foi oficializado pelo Departamento, com o nome de Laboratório de Geoprocessamento (LAGO), cujo objetivo era o de apoiar as disciplinas do Curso de Geografia, projetos, testes de aplicação da tecnologia, entre outros. Era um período emergente do Geoprocessamento no país, porém foram enfrentadas dificuldades dentro da Geografia, em especial com a linha radical, contrária ao uso das geotecnologias por essa ciência.

Em 1998, os professores citados propuseram, a criação do Centro de Estudos e Treinamento de Informações Geográficas (CETESIG), com o objetivo de integrar as pesquisas de outros laboratórios do Departamento; promover cursos de treinamento. Este centro funcionou experimentalmente por dez anos; evoluindo a ser a primeira proposta de Empresa Júnior para alunos de graduação da Geografia. A qual serviria de apoio aos cursos de graduação e pós-graduação

contudo, naquele momento, posto em deliberação pelo Departamento o colegiado não aprovou a proposta de criação de uma Empresa Júnior.

O terceiro momento, ocorreu no início de 1990, com o projeto GEO, idealizado pela professora do Departamemento de Arquitetura Mirna Cortopasi Lobo, objetivando disseminar a cultura do Geoprocessamento na UFPR. Para tal, foram convidados a participar todos os professores da universidade. O interesse por esses professores foi imediato, dedicaram-se 20 horas semanais a este projeto, participando de cursos promovidos pela Environmental Systems Research Institute (ESRI) e pesquisas. Tal concepção resultou, em 1992, na criação do Centro Integrado de Estudos de Geoprocessamento (CIEG), vinculado ao Departamento de Arquitetura da UFPR. Os professores Everton Passos e Sony Cortese Caneparo, fizeram parte do conselho deste Centro e atuaram ativamente neste até meados de 2010. O CIEG, ofertou um curso de especialização em Geoprocessamento, fazendo parte de sua primeira turma os professores em questão, finalizaram o curso em 1993. Qualificados como especialistas os referidos professores foram convidados a ministrarem disciplinas e orientações neste curso de especialização. Assim se abriu mais uma oportunidade ao Departamento de Geografia à inserção no Geoprocessamento.

Deste modo, a cultura do geoprocessamento e as ações tomadas nos anos 90, resultaram no aperfeiçoamento da Área Instrumental da Geografia, bem como serviu de apoio ao desenvolvimento de pesquisas aplicadas à Análise Espacial/Ambiental, a projetos coordenados pelos professores.

O quarto momento dá início ao rompimento do paradigma geografia x tecnologia, com a consolidação da cultura do Geoprocessamento no Departamento de Geografia da UFPR. Em 1999, com a criação de várias disciplinas na área instrumental incorporadas ao elenco curricular da Geografia, com necessidade de atender às aulas práticas das disciplinas, foi criado o APIGEO), com quinze computadores Esse Laboratório também apoiou o desenvolvimento de monografias, dissertações, teses e pesquisas além de propiciar a oportunidade de treinamento de estagiários. A partir daí foram investidos grandes esforços no sentido de integrar a pesquisa geográfica as novas tecnologias, bem como, na aquisição de harwares e softwares. Cabe aqui ressaltar que a criação deste Laboratório contou com o apoio do Professor Arnaldo Eugênio Ricobom, com anuência do colegiado departamental destinou

recursos do Programa de Especialização em Análise Ambiental, ofertada pelo Departamento de Geografia.

Em 2006, foi criado o Laboratório de Geoprocessamento e Estudos Ambientais (LAGEAMB), com o objetivo de elaborar pesquisas na área ambiental, sob a Coordenação do professor Everton Passos com a colaboração da Professora Sony C. Caneparo, a qual passou a coordenar o LAPIGEO, que tendo um espaço físico e número de equipamentos maior continuava a desenvolver pesquisas, abrigar estagiários e ter como principal função a de servir como laboratório didático.

No ano de 2008, mais uma possibilidade se abriu no sentido do aprimoramento dos professores envolvidos e alunos, com aquisição de hardwares e softwares de geoprocessamento, através de projeto interdisciplinar sobre Eutrofização de Águas no Reservatório do Rio Verde (Região Metropolitana de Cuirtiba – Paraná), financiado pela Petrobrás, com participação de 85 pesquisadores e 33 instituições. O LAGEAMB participou diretamente com dois subprojetos intitulados: criação de uma base de dados georreferenciada e estudo da fragilidade ambiental da bacia do rio Verde neste período também passaram a ser colaboradoras no Laboratório as professoras Ana Maria Muratori e Elaine de Cacia de Lima Frick.

Os laboratórios até meados de 2015, sob a coordenação e supervisão dos Professores Passos e Caneparo, possibilitaram não só a execução de projetos, mas serviram fundamentalmente de apoio às aulas práticas das disciplinas para de graduação (Sistemas de Informações Geográficas, Cartografia Temática, Processamento Digital de Imagens e Sensoriamento Remoto), à as disciplinas dos cursos de Pós-graduação Lato Senso e Stricto Senso.

Além desses fatos, cabe destacar alguns resultados alcançados pelos laboratórios:

  • Geração de inúmeras aplicações de geoprocessamento em geografia, parcialmente publicados em revistas e anais de eventos científicos; Realização de eventos de extensão (cursos de curta duração); Atendimento a usuários e visitantes;
  • Desenvolvimento de projetos de pesquisa, bem como, programas de estágios e ainda a opção dar suporte para o cumprimento do estágio curricular obrigatório e voluntário;
  • Dar apoio ao desenvolvimento de teses, dissertações, monografias e TCCs;
  • Convênio com o Ministério Público Estadual, através do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente (CAOPMA), desde 4/9/2009. O objetivo principal do convênio, ainda vigente, é a concessão por parte do Ministério de estágios a alunos de graduação da geografia e troca de informações nas áreas de geoprocessamento e meio ambiente, principalmente aquelas resultantes das pesquisas desenvolvidas neste laboratório.

 

A partir de 2014, com a mudança da Geografia para o prédio atual, João José Bigarella, e o Setor de Ciências da Terra passando a assumir os laboratórios didáticos, o LAGEAMB e LAPIGEO mudaram para um espaço físico mais amplo para o desenvolvimento de atividades de pesquisa e estágio, bem como extensão. Neste mesmo ano, o LAPIGEO foi extinto e o seu acervo foi incorporado ao LAGEAMB, a coordenação passou a ser exercida pelos professores Passos e Caneparo. A professora Sony Cortese Caneparo, se aposentou em 2015, passando a ser pesquisadora do laboratório. De 2015 até o ano de 2019, o professor Arnaldo Eugênio Ricobom passou a integrar o Laboratório.

Em 2020, o professor Eduardo Vedor de Paula assumiu a coordenação do Laboratório tendo como vice-coordenador o prof. Everton Passos.

O total de publicações científicas e técnicas desenvolvidas no laboratório até então, pelos professores, são 148 (ver currículo Lattes)

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