Executado entre janeiro de 2021 e dezembro de 2024, esse diagnóstico social e cartográfico tem seus trabalhos formalmente finalizados e registrados por meio do Relatório 4B, elaborado pelo Lageamb. Segundo a geógrafa especialista em Análise Ambiental e bolsista do laboratório, Vivian Cordeiro da Silva, que participou ativamente da construção do documento final, “os resultados foram satisfatórios, pois elaboramos este diagnóstico a partir de um processo participativo, com muita escuta e diálogo, construindo pontes entre as comunidades, os órgãos públicos e a academia”. “Assim, eu acredito que o resultado mais imediato que se pode verificar é que instituições como ICMBio e SPU direcionaram os seus olhares para as comunidades tradicionais, e passaram a escutá-las como sujeitos que devem participar dos processos decisórios que afetam suas realidades, respeitando seu tempo e seus modos de vida”, destaca.
A iniciativa oportuniza o conhecimento e reconhecimento da população, permitindo que os órgãos responsáveis pelas políticas fundiárias estabeleçam ferramentas mais condizentes com a realidade e com as demandas de povos que tiveram seus territórios sobrepostos por unidades de conservação (UCs). Além disso, tal trabalho fornece informações cruciais para o planejamento de outras políticas públicas e para a tomada de decisão nos processos que afetam as comunidades locais, a partir da noção de “harmonização de direitos”, que diz respeito ao reconhecimento legal e à conciliação dos benefícios da natureza e dos povos de permanecerem em seus territórios com dignidade e segurança.