Audiência Pública do Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR) é realizada na Câmara Municipal de Colombo

Fase final de desenvolvimento do Projeto Periferia Sem Risco na UFPR conta com a participação da comunidade e de órgãos oficiais

Por Priscila Murr e Cecilia Sizanoski | Agência Escola UFPR 
20 de agosto de 2025 

Audiência Pública em Colombo | Foto: Viviani Lopes

A Audiência Pública faz parte da última etapa de elaboração do Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR). O PMRR é um instrumento de planejamento urbano, que visa identificar riscos em áreas vulneráveis e propor medidas para mitigá-los. Desenvolvido pelo Laboratório de Geoprocessamento e Estudos Ambientais (Lageamb) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o instrumento apresentado no dia 14 de agosto, na Câmara Municipal de Colombo, representa um processo de diálogo entre a comunidade local, a equipe do Lageamb e o poder público municipal. 

Nós acreditamos nesse lugar da universidade pública próxima da sociedade, e esse projeto evidenciou isso! É fundamental que um plano não seja elaborado dentro de um escritório, mas sim no campo! Nós tivemos, durante 18 meses, muito trabalho de campo para discutir essa política pública tão relevante. E esse plano foi elaborado para vocês, com muito carinho e com muito cuidado!”, aponta o coordenador do Lageamb, Eduardo Vedor 

Com apoio da Secretaria Nacional de Periferias, por meio da estratégia Periferia Sem Risco, o projeto traz um mapeamento detalhado das áreas, identificando riscos de inundações e deslizamentos. Para o coordenador do Comitê Gestor do PMRR, André Lucas, o plano é um instrumento importante, mas ainda existem paradigmas a serem superados, no que diz respeito, sobretudo, a localidades onde ainda não há riscos. “Afastar o risco, para que as pessoas tenham segurança e possam dormir tranquilas, é imprescindível. Mas de nada adianta se, num segundo momento, mesmo com investimentos, isso não culminar numa regularização fundiária, por exemplo. É preciso desenvolver boas práticas e estratégias nesse sentido“. 

Abertura da Audiência Pública em Colombo | Foto: Prefeitura de Colombo

O PMRR tem como objetivo a proposição de soluções técnicas e participativas, que reduzam a chance de desastres e orientem ações preventivas. Iniciado em abril de 2024, e com duração prevista de 18 meses, faz parte de uma iniciativa nacional que envolve 16 universidades públicas. Entre os participantes do processo de construção do plano, o vice-presidente da Associação de Moradores da região do Vila Nova, Ney Marcelino, destaca a importância da assistência às comunidades mais necessitadas, durante a audiência de Colombo 

A comunidade se sente acolhida e assistida neste momento. Trazer uma audiência pública aqui para esse espaço e oportunizar que as pessoas venham ver e falar o que pensam e precisam é muito importante. Porque só o morador sabe da dificuldade que passa, do medo quando o tempo fica nublado… então, é justamente ele quem precisa participar!”. 

O evento foi aberto ao público, foi apresentando o Resumo Executivo preliminar, que contará com alterações conforme as indicações da população, para que o projeto reflita efetivamente as necessidades da cidade. Ao longo da audiência, o coordenador do PMRR de Colombo, Lucas Rangel, fez uma breve apresentação do Resumo Executivo do plano. Ressaltando os principais números, Lucas pontuou 16 localidades estudadas, 30 setores de risco e 1.053 pessoas em áreas vulneráveis. 

É importante ressaltar que as pessoas que moram em áreas de risco não escolheram estar ali, mas estão por questões sociais, por um contexto, uma conjuntura específica. Então, temos a premissa de que o risco é socialmente construído e, por isso, o plano propões uma implementação passo a passo, contemplando não só a atuação da prefeitura, mas as ações coletivas. Porque o primeiro a chegar, num momento de desastre, não é o poder público, mas o vizinho“, destaca Lucas.

Equipe técnica que desenvolveu o plano | Foto: Prefeitura de Colombo

Para o coordenador da Defesa Civil de Colombo, Carlos Roberto de Moreira, um estudo como esse vai muito além da política pública, é instrumento de facilitação do trabalho. “Quando nós conhecemos as áreas de risco, as operações são mais efetivas. Numa situação adversa, conhecendo as vulnerabilidades, é muito mais fácil agirmos”. Por meio da empatia com relação àqueles que vivem em situação de risco, cria-se uma rede de soluções para reduzir a vulnerabilidade. É isso que propõe o PMRR. 

Nesse sentido, o Secretário de Habitação e Regularização Fundiária, Sidinei Campos, ressalta a missão do projeto com a vida dos colombenses. “Esse plano é mais do que um documento técnico, é um compromisso com a segurança das famílias e com o desenvolvimento da nossa cidade. É o resultado de um trabalho coletivo, que une conhecimento científico e a participação da comunidade para que possamos enfrentar os desafios de forma planejada e responsável”, finaliza. 

Os documentos atualizados, gerados a partir do estudo e do debate com a comunidade, estarão disponíveis nos canais oficiais do Lageamb e a Audiência Pública na íntegra está neste link

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