Paranaguá realiza Audiência Pública do Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR)

Debate com a participação da comunidade e de órgãos oficiais marca a fase final de desenvolvimento do Projeto Periferia Sem Risco pelo Lageamb

Por Priscila Murr | Agência Escola UFPR 
19 de agosto de 2025 

Audiência Pública em Paranaguá | Foto: Priscila Murr

O projeto teve início em abril de 2024 e, desde então, a equipe do Laboratório de Geoprocessamento e Estudos Ambientais (Lageamb), da Universidade Federal do Paraná (UFPR) mapeou os riscos e propôs medidas estruturais e não estruturais para o município de Paranaguá (PR), elaborando um Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR), apresentado em Audiência Pública, realizada no auditório do Instituto Superior do Litoral do Paraná (Isulpar). O evento contou com a participação da comunidade local e de órgãos oficiais, além dos integrantes da equipe técnica, que discutiram os resultados e propostas apresentadas. Durante a audiência, foram realizadas sugestões e propostas para a implementação do plano, que serão contempladas nos produtos finais, a serem entregues, formalmente, no final do mês de setembro deste ano. 

O trabalho desenvolvido pela universidade, trouxe avanços metodológicos e propostas alinhadas com a realidade local. “Nós acreditamos nesse lugar da universidade pública próxima da sociedade, e esse projeto evidenciou isso! É fundamental que um plano não seja elaborado dentro de um escritório, mas sim no campo! Esse plano foi elaborado para os moradores de Paranaguá, com muito carinho e cuidado!”, garante o coordenador do Lageamb, Eduardo Vedor. 

O projeto traz um mapeamento detalhado do município, identificando riscos de alagamentos, inundações com a influência da maré, deslizamentos e até ameaças tecnológicas. Para a Secretária de Planejamento e Gestão de Paranaguá e coordenadora do Comitê Municipal de Gestão de Riscos, Vânia Foes, a audiência não é só um ato formal, mas uma oportunidade de diálogo entre a comunidade local, a equipe do Lageamb e o poder público. “A gente está aqui para conversar. Hoje, os moradores podem trazer suas demandas, acrescentar sugestões, fazer pedidos e até discordar dos resultados apresentados”.

Coordenadora do PMRR de Paranaguá, Fernanda Sezerino | Foto: Prefeitura de Paranaguá

Durante a audiência, a coordenadora do PMRR de Paranaguá, Fernanda Sezerino, fez uma apresentação do Sumário Executivo do plano, um documento preliminar, que será complementado com as sugestões da população e dos demais participantes. Ressaltando os principais números, Fernanda apontou que 1.594 parnaguaras vivem em áreas de risco, e, nas 43 as localidades contempladas no estudo, há 99 setores de risco. “A Audiência Pública é um espaço para apresentar a metodologia de execução do plano, mostrar como a gente mapeou os riscos e trazer alguns dos principais resultados para que a população possa conhecer e contribuir”, declarou a coordenadora.

O evento foi aberto ao público, com a presença de diversos atores que contribuíram durante a elaboração do plano. A moradora do bairro Rocio, Maria Guilhermina da Luz, conta que ajudou na coleta de informações junto a seus vizinhos, sobre os riscos tecnológicos, apontando para uma experiência positiva junto aos integrantes do Lageamb. “Foi bom poder expor os problemas do bairro e saber que nossas demandas estão sendo ouvidas. E, com essa plenária pública, vemos a preocupação acerca das necessidades daqueles que moram em Paranaguá“.

Representante da comunidade local, Maria Guilhermina da Luz | Foto: Prefeitura de Paranaguá

No âmbito do Governo Federal, que financia o projeto por meio da Secretaria Nacional de Periferias, do Ministério das Cidades, no âmbito do Programa Periferia Sem Risco, o Diretor do Departamento de Mitigação e Prevenção de Risco,, Rodolfo Moura, garante que o PMRR é um instrumento de importante no conhecimento dos riscos,  e mapeá-los com apoio da universidade é uma oportunidade para promover avanços tecnológicos e científicos nas estratégias de prevenção e mitigação “A gente só atua preventivamente, antes que o desastre ocorra, conhecendo o risco. Sem conhecê-lo, a gente só atua no desastre, na resposta. Então, construir um instrumento como esse, em parceria com a universidade, é imprescindível para o desenvolvimento de um bom trabalho“. 

O coordenador do Lageamb ressalta o caráter coletivo atribuído ao plano em questão, apontando para a preocupação fundamental de sua equipe: as pessoas mais vulneráveis que moram nas localidades mapeadas. “Esse é um processo conjunto. O documento apresentado na audiência é um documento vivo, em construção. Movimentações como essa, promovendo um bom diálogo entre as lideranças, viabilizam a criação de uma cultura contínua de resolução, pensando de forma integrada para contemplar aquela porcentagem da população que vive em áreas de risco”. 

Os documentos atualizados, gerados a partir do estudo e do debate com a comunidade, estarão disponíveis nos canais oficiais da Prefeitura de Paranaguá e do Lageamb. A Audiência Pública na íntegra está neste link 

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